Biografia

Nasceu no bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, e morou com os pais na Rua Petrocochino e depois na rua Jorge Rudge, ambas em Vila Isabel, bairro tradicional da cidade do Rio de Janeiro, famoso por ter em sua principal avenida, o Boulevard 28 de Setembro,uma calçada musical com a partitura de músicas feitas por grandes nomes do bairro, como Noel Rosa e de seu irmão mais novo Newton Teixeira. Foi incentivado pelo pai Edgard Carlos Teixeira, violonista, e pela mãe Niza Chaves Teixeira, pianista, a se dedicar a música desde muito cedo, quando começou a aprender a tocar cavaquinho incentivado pelo pai. Mas desde cedo, também, teve que trabalhar para ajudar nas despesas domésticas e aos 13 anos já trabalhava como auxiliar de alfaiate.

Valzinho era irmão mais velho do também compositor Newton Teixeira.

Boêmio inveterado frequentava todos os ambientes musicais famosos do Rio de Janeiro, do Café Nice ao Beco das Garrafas, em Copacabana, berço da Bossa Nova. Adorava passar as madrugadas inteiras a tocar. Cedo começou a trabalhar como alfaiate e biscateiro.

Seu maior hobby era a caça, pelo que viajou para alguns pontos do Brasil afim de praticar a caçada com suas espingardas italianas e belgas.

Mas ainda teve tempo de estudar desenho, gravura e escultura, com Calmon Barreto. Teve alguns de seus trabalhos de escultura premiados, como um busto de Carmen Miranda, Radamés Gnattali e uma obra conhecida como O Laranjeiro. Graças a isto trabalhou quase toda a vida como gravador na Casa da Moeda do Brasil, de onde se aposentou.

Foi proprietário de um DKW-Vemag Belcar tornado famoso por uma história contada pelo humorista José Vasconcellos, que por ser tão defeituoso o carro tinha que ser parado para esfriar depois de poucos metros, o que obrigava aos seus ocupantes a parar, invariavelmente num botequim qualquer para tomar uma cerveja enquanto o carro esfriava. Por causa do Juquinha, como se chamava o carro pelo comediante, para fazer um trajeto de um quilômetro tinham que parar umas dez vezes, o que provocava que chegassem completamente bêbados ao fim da viagem.

Um enfarto, em 1968, fê-lo afastar-se da vida artística e da boemia. Passou a sair pouco de sua casa onde era procurado por vários artistas, como Jards Macalé e Paulinho da Viola, afim de aprenderem suas músicas. Ambos gravaram músicas de Valzinho

Em 1979, numa entrevista concedida à Hermínio Bello de Carvalho, junto com Zezé Gonzaga, declarou que o disco que acabara de gravar com suas músicas, cantadas por Zezé, era tudo o que ele queria em sua vida, no que sua irmã Cirene também presente na ocasião, informou que ele dissera em casa dias antes que já poderia morrer em paz.

No dia 25 de janeiro de 1980, às 11:30 minutos, faleceu devido a uma trombose cerebral. Em sua missa de 7º dia, do órgão de Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, na Rua Primeiro de Março no centro do Rio de Janeiro, não foram ouvidas as tradicionais notas da liturgia tradicional, mas sim as músicas de Valzinho, executadas pelo mineiro Wagner Tiso.

Começou a carreira de músico em 1933 na Rádio Guanabara, tocando cavaquinho como centro para o grupo do flautista Dante Santoro, acompanhado nos violões por Luís Bitencourt e Perreira Filho. No ano seguinte ingressou no grupo de Pixinguinha. Trabalhou na Rádio Mayrink Veiga entre 1936 e 1938, fazendo parte do regional de Luperce Miranda. Nesta época compôs com Luperce a canção "Não sei porque".

Mas seu período de trabalho mais intenso como músico, já como violonista, foi na Rádio Nacional Rio de Janeiro, onde trabalhou por quase 30 anos, fazendo parte de um grupo liderado por Dante Santoro. Sempre presente neste grupo, Valzinho testemunhou a passagem de violonistas consagrados como Carlos Lentini, Norival Guimarães ou Rubens Bergman. Este foi o reduto de grandes músicos brasileiros que se encontravam na Radio Nacional que, repleta de grandes cobras do violão, quando queriam fazer algum espetáculo especial chamava aquela que era conhecida como tropa de choque composta por Bola Sete, Garoto, Zé Menezes, Rogério Guimarães e Valzinho.

Fez parte ainda do grupo "Bossa Clube" de Garoto, que influenciou Valzinho marcadamente, e bebiam a inevitável influência da cultura norte-americana do final da Segunda Guerra Mundial. 

Seus maiores sucessos foram "Tudo foi surpresa", sua primeira música composta em 1937 em parceria com Peterpan, que foi gravada por Aracy de Almeida, Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso e cantada em shows por Paulinho da Viola, entre outros, e "Doce Veneno", gravada por em 1945 por Marion (uma de suas musas inspiradoras) e o pelos Milionários do Ritmo, na gravadora Continental. "Doce Veneno" ainda foi gravada por Jamelão, Cynara, Maria Creuza, em um LP que levou o nome da música, e Paulinho da Viola, entre outros.

Em 1979, um ano antes de sua morte, numa iniciativa de Hermínio Bello de Carvalho, foi gravado um LP por Zezé Gonzaga, acompanhada pelo Quinteto Radamés Gnattali, somente com músicas de Valzinho, chamado "Valzinho: Um Doce Veneno", lançado pelo MIS/Copacabana.

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